Os seres humanos não nasceram... evoluíram. Até certo ponto, ao que parece.
Enquanto uma multidão luta e morre pelo desenvolvimento, uma multidão ainda maior não luta, não morre e assiste à tudo de longe. Enquanto cientistas desenvolvem tecnologias capazes de tudo; uma multidão ainda maior finge que nada os preocupa e colam seus olhos em uma tela luminosa; escutam apenas os microfones; leem apenas o que lhes interessa. E fecha os olhos, ouvidos e boca ao resto.
Macacos sábios! Ouvem apenas quando querem, falam apenas quando desejam, veem apenas o que convêm. Mas discutem sobre tudo. Preceitos falhos, certezas errôneas, crenças na contramão. Uma geração que fala em "amor ao próximo", mas finge não ver o que dorme ao chão. Amor aos animais, ódio aos humanos.
Vivas à um garoto com um cabelo chamativo e boa coordenação nas pernas; vivas à uma garota criada pela mídia, com falsa habilidade vocal. Vivas aos vídeos, viva à televisão, viva a "igonorância'". Sob cordas, dança uma população inteira. A cada dois anos, determinando o futuro de um país; baseado em promessas e egoísmo. Sob cordas, fronte a cruz. A opinião baseada no discurso de um papagaio.
A ignorância passada de geração em geração, como uma herança. Racismo, ódio... amor - amor pelo errado, amor pelo desnecessário. Enquanto a população de países desenvolvidos quase reduz, países de terceiro mundo ajudam à cada dia a superpopulação.
Livros, jornais, palavras; cada vez menos lidas... porém cada vez mais discutidas - pelos que não leram. Nem uma novidade nesta indignação que sinto. Salve Nietzsche, aleluia; se Deus morreu antes do século XIX, a esperança no futuro morreu muito antes.
Dancemos sob as cordas.
Mas não me ouçam... não me leiam.
Sou apenas mais um ignorante, dando sua opinião sobre o que mal entende!
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